terça-feira, 28 de setembro de 2010

Equipe

 Hiago Souza
 Emily Almeida
Ludmilla Mota
 Andressa Sobral
Anderson Borges
Jeniffer Olveira
 Emanoella Rodrigues
2º ano A

domingo, 26 de setembro de 2010

A Literatura


Sabemos que o reino das palavras é farto. Elas brotam de nosso pensamento de maneira natural, não temos a preocupação de elaborar o que dizemos ou até mesmo escrevemos.
As palavras, contudo, podem ultrapassar seus limites de significação. Podendo assim, conquistar novos espaços e passar novas possibilidades de perceber a realidade.
O caminho que a literatura percorre é este. O artista sente, escolhe e manipula as palavras, as organiza para que produzam um efeito que vá além da sua significação objetiva, procurando aproxima-las do imaginário.

A obra do escritor é fruto de sua imaginação, embora seja baseado em elementos reais. Da concretização desse trabalho surge então a obra literária.
A literatura é uma manifestação artística. E difere das demais pela maneira como se expressa, sua matéria-prima é a palavra, a linguagem.
A palavra Literatura vem do latim "litteris" que significa "Letras", e possivelmente uma tradução do grego "grammatikee". Em latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona com as artes da gramática, da retórica e da poética. Por extensão, se refere especificamente à arte ou ofício de escrever de forma artística.

Importância da Literatura



Resenha do livro


Memórias Póstumas de Brás Cubas é uma narrativa em primeira pessoa, cujo narrador é o defunto-autor, ou seja, é um morto que narra a história com total liberdade. Essa condição do narrador permite-lhe analisar com ironia o comportamento humano e avaliar com auto-ironia suas próprias atitudes. Livre e descompromissado com a sociedade, Brás Cubas revela e analisa não só os motivos secretos de seu próprio comportamento como também põe a nu as hipocrisias e vaidades das pessoas com quem conviveu. Ao longo da narração mostra vários episódios: sua paixão juvenil por Marcela, que amou durante quinze meses e onze contos de réis; sua amizade com o filósofo maluco Quincas Borba; os planos frustrados de seu pai em querer encaminhá-lo para a política; seus amores clandestinos com Virgília, esposa de seu amigo Lobo Neves. A ordem da narrativa não é linear, pois se desnvolve deacordo com os pensamentos de Brás Cubas. Suas reflexões apresentam-se carregadas de pessimismo e desencanto diante da vida, questiona os valores sociais e morais como máscaras para ocultar interesses egoístas.Irônico e provocador ele convoca o leitor a fazer seus próprios julgamentos sobre os fatos narrados. Brás Cubas expõe cínicamente os valores e comportamentos de seus familiares, de seus amigos e das mulheres com as quais se relacionou, traçando um quadro social e psicológico em linguagem bem humorada, em que a vaidade e a hipocrisia das relações humanas são uma constante. Julga a si prório como um perdedor, como alguém incapaz de grandes realizações, como emplasto que gostaria de ter descoberto para aliviar as dores da humanidade. O balanço final de Brás Cubas sobre a existência é de pessimismo, pois depois de uma vida que resulta em fatos negativos, em fracassos, ele afirma ter tido um pequeno saldo; que foi o de não possuir filhos e não ter transmitido a nenhuma criatura o legado da miséria.

Personagens

Brás Cubas - narrador - morto aos 64 anos - “ainda próspero e rijo”, fidalgo. Peralta quando criança, mimado pelo pai, irresponsável quando adolescente, tornou-se um homem egoísta a ponto de discutir com a irmã pela prataria que fiou de herança do pai e tornar-se amante de seu amigo, Lobo Neves, se bem que nesse romance não se pode dizer propriamente que alguém é amigo de outro.

Virgília - filha do comendador Dutra, segundo o pai de Brás, Bento Cubas A “Ursa Maior” amante de Brás Cubas casa-se com Lobo Neves por interesse. Mulher bonita, ambiciosa, que parece gostar sinceramente de Brás Cubas, mas jamais se revela disposta a romper com sua posição social ou dispensar o conforto e o reconhecimento da sociedade. 


Damião Lobo Neves 
- casado com Virgília, homem frio e calculista. Marido de Virgília, homem sério, integrado ao sistema, ambicioso, mas muito mais supersticioso, pois recusou nomeação pra presidente de uma província só porque a referida nomeação aconteceu num dia 13.

Quincas Borba - menino terrível que dava tombos no paciente professor Barata, colega de escola de Brás que o encontrará mais tarde mendigo que rouba-lhe um relógio mas retorna-o ao colega após receber uma herança. amigo de infância do protagonista. Desde criança era de um temperamento ativo, exaltado, querendo ser sempre superior nas brincadeiras. Cubas diz que ele é impressionante quando brinca de imperador. Quando adulto, passa pelo estado de mendigo, evoluindo depois para filósofo e desenvolve um sistema filosófico, denominado Humanitismo, que pretende superar e suprimir todos os demais sistemas até tornar-se uma religião.

Marcela – Grande paixão da juventude de Brás, uma prostituta de elite, cujo amor por Brás duraria quinze meses e onze contos de réis. Mulher sensual, mentirosa, amiga de rapazes e de dinheiro. Ganha muitas jóias do adolescente Brás Cubas. Contrai varíola e fica feia
, com a pela grassa como uma lixa.

Sabina - irmã do narrador e que, como ele, valoriza mais o interesse pessoa e a posição social do que amizade ou laços de parentesco.

Cotrin - casado com Sabina, é interesse, traficante de escravos e cruel com eles, mandando-os castigar até correr sangue.

Eugênia - Filha de Eusébia e Vilaça, menina bela embora coxa. Era moça séria, tranqüila, dotada de olhos negros e olhar direito e franco. Tinha “idéias claras, maneiras chãs, certa graça natural, um ar de senhora, e não sei se alguma outra cousa; sim, a boca exatamente a boca da mãe".

Nhá Loló - moça simplória, tinha dotes de soprano - morre de febre amarela.

Tempo


Apesar de existir uma clara marcação temporal na narrativa , dando impressão que o tempo é cronológico (1805-1869), o romance cuida das memórias de um defunto autor. A narrativa principia pelo fim, ou seja, pela sua morte, depois retoma o curso normal, ou seja, nascimento, adolescência, maturidade e velhice. Assim, em todo o livro o tempo é psicológico.

Espaço


Não há uma preocupação do autor em descrever detalhadamente o espaços percorridos pela narrativa. A história passa-se no Rio de Janeiro. Nesta época a cidade era cercada de chácaras, abrigando além dos donos, numerosos escravos. O perfume dos jardins bem cuidados confundiam-se com o cheiro de mofo das salas enormes que só se abriam para as visitas e festas. As vozes dos negros alternavam-se com a dos brancos. Não faltavam os saraus , jantares de aniversário com a prataria a brilhar, compoteiras de cristal e muitos discursos de cansada retórica. A família Cubas morava na chácara do Catumbi. Filho de família rica e apegada às tradições, seu ambiente era o de elite escravocrata, autoritária e tradicionalista. Ambiente onde prevaleciam o ócio e o sadismo.
Em Memóricas Postumas de Brás Cubas o espaço aparece como uma projeção da personalidade do defunto-autor. A narrativa é feita após sua morte, de maneira que o espaço real perdeu a importância que tinha. Após ter testemunhado todos os séculos (passados e futuros), ele percebeu sua fragilidade e a transitoriedade do mundo . Um mundo que representa de maneira alegórica, fantástica para dar vida ao testemunho de sua vida burguesa e inútil.